As doenças orificiais são patologias que acometem a região anal e fazem necessária, em muitos casos, a realização de uma intervenção cirúrgica para tratar o problema. 

Uma das doenças orificiais mais conhecidas é a hemorroida, que tem como uma de suas principais causas a constipação intestinal. A Dra. Aniela Barros – Cirurgiã Geral e Coloproctologista – nota que, para o tratamento de hemorroidas consideradas maiores, recomenda-se a cirurgia de remoção da patologia (hemorroidectomia). Atualmente, há também técnicas como o PPH

, uma espécie de “grampeamento” e oclusão da circulação sanguínea da hemorroida, com o objetivo de reduzir seu tamanho e com isso amenizar os sintomas associados.

Outra doença bastante tratada com cirurgias orificiais são as fissuras anais. Como explica a Dra. Aniela, o tratamento para fissuras crônicas consiste na retirada do tecido comprometido, removendo não apenas a ferida (fissura) como também a cicatriz endurecida ao seu redor, uma vez que esse tecido fibrótico impede a cicatrização e o fechamento da fissura. Além disso, a Dra. Aniela lembra que, em alguns casos, também pode ser realizada a secção parcial do esfíncter anal, a fim de promover maior relaxamento durante a evacuação e com isso evitar o aparecimento de novas fissuras.

A fístula perianal também é caracterizada como uma doença orificial. Trata-se de uma comunicação entre o interior do canal anal e o ambiente externo, geralmente provocada por um abscesso anal. O tratamento cirúrgico dos casos mais simples consiste na abertura do canal fistuloso e a remoção dos tecidos comprometidos.

Esses procedimentos são realizados com raquianestesia ou anestesia peridural associada à sedação. Em geral, o paciente recebe alta no dia seguinte, dependendo da complexidade cirúrgica e do seu quadro clínico. O retorno às atividades diárias ocorre gradualmente, cerca de 15 dias após o procedimento.